Rumo à Vida no CPCD

O grupo de jovens "Rumo à Vida", ligado à paróquia de São João dos Montes, animou a tarde de Sábado. Actuaram durante hora e meia no CPCD para 26 pessoas. Mas têm repertório variado capaz de animar uma festa de aldeia durante três horas.

O grupo actuou gratuitamente no CPCD, a troco de um lanche, tendo os pais dos jovens providenciado o transporte.

Esta acabou por ser uma actuação atípica do grupo.

  • O fundador e mentor do grupo, Hugo Moisés, não pôde participar. Os seus discípulos tiveram que sobreviver sozinhos, descobrindo pela primeira vez algumas das responsabilidades normalmente assumidas pelo Moisés.
  • O João Tiago tocou guitarra, levando o Bruno Rodrigues a tocar pela primeira vez o cajon.

Mas a força é forte neste grupo... Depois do espectáculo, eles conversavam sobre o que tinha corrido mal. Entre o público, ninguém se queixava.

Mas eu queixo-me. Queixo-me que os microfones estão mais perto dos rapazes que das raparigas, de forma que raramente se ouvem as vozes femininas. Gostava de ouvir as vozes femininas individuais, em vez de ouvir apenas um longínquo coro feminino.

Talvez as raparigas pudessem usar os seus microfones de forma diferente, dando a primazia a uma ou duas vozes femininas, mas mantendo o coro? Por exemplo, cada rapariga podia treinar as suas canções favoritas, de forma a haver várias solistas ao longo de dada espectáculo? É que as vossas vozes não têm borbulhas!

Uma guitarra para um teatro

Tenho um colega que faz teatro num grupo amador na Parede. Naturalmente, interessei-me, ofereci-me para fotografar os ensaios. As fotografias foram apreciadas pelo grupo, de tal forma que acabei na folha de cena. Embora seja uma companhia amadora, o encenador e uma das actrizes têm formação superior em teatro, e nota-se.

A peça absorveu e entusiasmou a família. Embora a SMUP (Sociedade Musical União Paredense) tenha um palco, a peça foi montada no chão. Portanto, poderia ser montada no CPCD, que também não tem palco. Após algumas conversas exploratórias, a Aline negociou a vinda da peça ao CPCD por um preço fixo.

O risco é elevado. O CPCD não tem tradição de teatro, nem sequer de cultura “mais séria”, mesmo que acessível. É preciso formar um público novo, divulgar o espectáculo junto de pessoas que não costumam ver esta cultura, ou que não a costumam ver na Póvoa de Santa Iria.

Como sempre, a Aline reúne uma coligação improvável de boas vontades. A escola de música “Nova Geração” oferece uma guitarra para se fazerem rifas. O comércio local ajuda à venda das rifas. Para o sorteio público, a Leonor (3 anos) e a mãe garantem a imparcialidade. Entretanto, o grupo de jovens “Rumo à Vida” de São João dos Montes faz um espectáculo gratuito, enquanto o Grupo do Atelier e de Boas Recordações da ARIPSI expõe os seus trabalhos.

Depois do sorteio, as 143 rifas asseguram metade do custo, e mais pessoas sabem que virá um teatro ao CPCD.

Não adianta queixarmo-nos do público que não aparece. O que importa é agradar aos que vierem, sejam muitos ou poucos. E quem vier dia 11 de Outubro vai gostar de ter vindo, pois não acredito que um espectador consiga ficar indiferente. Porque é esse o poder da arte...

Referência

Rumo à Vida
Página do grupo de jovens “Rumo à Vida” no Facebook.
Reserva de bilhetes no CPCD
As entradas para o teatro devem ser reservadas através do email cultura@cpcd.pt.

blogroll

social