Vim a esta festa por causa da actuação do grupo “Rumo à Vida” em que um sobrinho meu toca guitarra. Hugo Moisés Vicente, presidente da Junta de Freguesia de São João dos Montes e colaborador da paróquia, tem dado aulas gratuitas a jovens da paróquia, desde há alguns meses. O grupo é formado por jovens da paróquia.
Tenho família em A-dos-Loucos, no monte abaixo, mas é a primeira vez que venho a esta aldeia de São João dos Montes. Há uma igreja no cimo do monte ao lado do cemitério, com um largo em roda.
Em frente à igreja há um pequeno palco elevado para os rapazes tocadores, enquanto as raparigas cantam no chão, debaixo de dois enormes chapéus de sol (que tapam os rapazes). Além do Moisés, são cinco rapazes (que tocam e cantam) mais sete raparigas (que apenas cantam em coro).
Em frente ao palco, a festa é dos familiares dos músicos. Dois pais transbordando alegria, de mini na mão, juntam-se ao coro das raparigas. Mais tarde, é a vez de duas mães.
Antes da música, a aldeia almoçou ao lado da igreja (mas era precisa inscrição prévia), sendo a comida feita numa cozinha improvisada num barracão. Foram os jovens do grupo que serviram voluntariamente à mesa. Queixam-se dos abusos e da incompreensão dos convivas, que tentam repetir a sua dose enganando os voluntários, e que exigem ser tratados como se estivesse num restaurante.
Na quermesse, mulheres e crianças vendem rifas. Ao lado da igreja, vendem-se também fatias de bolos caseiros.
A partir das quatro, vão chegando os escutas e elementos da Banda dos Bombeiros Voluntários da Malveira. Às cinco a música pára, e a maioria das pessoas vai à missa, incluindo os escutas. A igreja enche, embora fiquem uns poucos lugares vagos.
Às seis começa a procissão. O meu sobrinho abre a procissão com mais dois jovens. Segue-se a banda, dois andores, e a população. Há também crianças mascaradas de pastores e anjinhos, com fatos de branco brilhante. A procissão desce em direcção a uma ponta da aldeia, ocupa a estrada nacional 248-3 (cuidadosamente cortada pelos militares da GNR), e volta a entrar na aldeia, subindo até à igreja.
No fim, discursa o padre e um político local, os andores retornam à igreja, e a banda despede-se.
Foi uma pequena festa, com muita gente divertida. Espanta-me que quase tudo seja feito com a “prata da casa”: almoço, bolos, quermesse, música. Só a banda é que vem de outra terra.
Fotografia
Fotografei apenas com a zoom Canon EF 24-105mm f/4L IS USM. A ideia inicial era apenas fotografar o meu sobrinho e o seu grupo, mas depois fui-me entusiasmando e fotografei quer o ambiente geral, quer retratos, quer a procissão.